julho 2017 - Info Numismática Brasil

Info Numismática Brasil

Informação, compra, venda e troca de moedas, cédulas, medalhas antigas e atuais.

sábado, 15 de julho de 2017

Cédulas iguais, valores diferentes - Um Mil Réis (R193 / C001).

julho 15, 2017
Cédulas iguais, valores diferentes - Um Mil Réis (R193 / C001).
   Para os que iniciam na jornada do colecionismo, mais especificamente da notafilia, uma situação que pode confundir bastante é a respeito das "Manuelitas".
   A cédula que estampa a face de Manuel Ferraz de Campos Sales, advogado e político brasileiro, terceiro presidente do estado de São Paulo, de 1896 a 1897 e o quarto presidente da República, entre 1898 e 1902; E o valor facial de Um Mil Réis.
   Emitidas em 1923 pelo Banco do Brasil, estas cédulas circularam como Réis até o ano de 1942, sendo classificadas da seguinte forma:

R193b*
  • - R193a (1ª à 145ª série)
  • - R193a (198ª à 278ª série) Autografada
  • - R193b* (146ª à 197ª série) Duas chancelas / assinaturas
  • - R193m (1ªsérie) Modelo
  • - R193s Specimen - É um exemplar que serve de modelo à nota propriamente dita. Geralmente não aparece com todos seus itens finais, geralmente incompleto (com falta de alguns detalhes – texto complementar ou outros), e é inutilizado com vários furos e com carimbos de formas e textos diferenciados. Normalmente os espécimes apresentam o carimbo de “Specimen” ou “Espécime”.
   Com a mudança de Réis para Cruzeiro em 1942, o Governo resolveu em 1944 continuar utilizando a mesma cédula com o valor de 1 Cruzeiro, sem carimbar ou adicionar qualquer item a cédula que a diferenciasse. Isto se deu pois havia em estoque uma quantidade muito grande destas cédulas e seria mais apropriado utilizá-las do que simplesmente descartá-las. A única diferença visível seriam as séries utilizadas para isso:
C001
  • - C001 (279ª à 500ª série)
   Desta forma, ao iniciar sua coleção atente-se para este detalhe. Muitas cédulas inicialmente parecerão ser as "mesmas", mas a observância nos mostra o quão rica é nossa história "do dinheiro". Ao aprofundar-se nesses detalhes a familiarização com estas situações aumentam o conhecimento, e aos poucos, com estudo e leituras sobre o assunto, ficará fácil diferenciar pormenores que fazem toda a diferença em sua coleção.

Imagens: Cédulas do Brasil 7ª Edição.


Leia mais

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Bromélia - 1 Real 1997.

julho 06, 2017
Bromélia - 1 Real 1997.
Moeda / ficha - 1 Real 1997
   Talvez uma das maiores controvérsias da numismática brasileira, esta moeda /ficha é o centro de muitas discussões. Discussões que não duvidam de sua existência, e sim do seu propósito ou finalidade. Como se pode observar pela data, ela se encaixaria na cronologia numismática entre a 1ª e a 2ª família do Real, sendo assim considerada por muitos um ensaio de como seriam produzidas as novas moedas.

   Sendo considerada como ensaio, as imagens do anverso e reverso levantam duas questões: Seria essa uma das propostas que ilustrariam a 2ª família? Ou apenas um teste de cunho para moedas bimetálicas? Desta maneira, a imagem cunhada com papel irrelevante, sendo colocada a esmo.

   Essas questões levantam mais questões: Se era uma das propostas porque nunca veio à público? E se a imagem era irrelevante (Pois há de se convir, se não a acha bonita, no mínimo é exótica) porque tanto trabalho em produzi-lá? É notado que o que o reverso foi um "reaproveitamento" das moedas de Cruzeiro (1967-1979), mas o anverso seria algo inédito.

Pois bem, de questionamento em questionamento até a presente data não foi batido o martelo sobre este assunto, as duas vias que se chocam são os que a defendem como um ensaio ou os que a defendem como ficha/ token. Alguns catálogos ignoram  sua existência, outros a colocam na "seção" de moedas, outros na de "fichas".
   O catálogo online Moedas do Brasil descreve sobre ela como "Ensaio controverso defendido por P. P. Balsemão, gravador gaúcho".

Site: Moedas do Brasil
   Com as dimensões de ø27mm e ρ7,96g, bordo serrilhado. Anverso: Efígie da República à direita do núcleo prateado e transpassando para o anel dourado. No anel dourado, o dístico Brasil e reverso: Valor facial, ano de cunhagem e, ao fundo, a imagem de uma bromélia.
   P. P. Balsemãopossuidor de uma peça, narra todo o desenrolar dessa história (na ótica dele) em seu blog, cujo deixo o link para a quem se interessar. Alguns dizem que Balsemão adquiriu a peça em meio a um lote, e outros que ele mesmo foi responsável pela sua confecção.

   O departamento do meio circulante do BC já chegou a emitir nota sobre o assunto, confirmando que houve uma produção-teste: 

"Prezado Senhor,
Em resposta à sua demanda, a Casa da Moeda informou que cunhou peças contendo a imagem de uma bromélia em um dos lados, a título de testes de materiais e processos, para a fabricação da moeda de R$1 da Segunda Família de moedas.
A comprovação de que sua peça é uma das cunhadas pela Casa da Moeda só será possível com a sua apresentação para análise detalhada."

   Independente do propósito - de quem, como, onde e porquê - esta é uma história que mesmo dada como "caso encerrado" para muitos, ainda pode render muita pesquisa aos que resolverem se aprofundar no assunto.





Leia mais

sábado, 1 de julho de 2017

Ano - 1993: Inflação e a cédula que nunca circulou (Rendeira).

julho 01, 2017
Ano - 1993: Inflação e a cédula que nunca circulou (Rendeira).
   Há duas décadas, o Brasil enfrentava a fase mais aguda de um surto de hiperinflação. As remarcações de preços eram diárias, e estocar produtos era uma necessidade que levava famílias até a viajar a cidades vizinhas em busca de preços melhores. O índice oficial do governo, o IPCA, medido pelo IBGE, chegou a 2.477% em 1993, enquanto o INPC, utilizado para reajustar os salários, alcançou 2.489%.

Índice de inflação.
   
O então presidente Itamar Franco herdou de Fernando Collor - de quem era vice até este ser derrubado por denúncias de corrupção - um país com perspectivas bastante remotas de sucesso na difícil tarefa de controlar a economia desgovernada.
A inflação corroía a renda "per capita" da população, que entrava em seu terceiro ano de queda. Havia se tornado parte da vida dos brasileiros. Só quem conseguia escapar de seus efeitos eram os grandes investidores, cujas aplicações incluíam, geralmente, correção monetária diária.
Acuado, o governo preferiu evitar novos choques, como os que foram aplicados durante a gestão de Collor. Preferiu a transição mais gradual, com a criação da Unidade Real de Valor (URV), por meio da Medida Provisória 434, em 27 de fevereiro de 1994, que estabeleceu regras de conversão e uso de valores monetários, iniciou a desindexação da economia e determinou o lançamento de uma nova moeda, o real.
O programa foi a mais ampla medida econômica realizada no país com o objetivo de controlar a hiperinflação. Com a utilização de vários instrumentos econômicos e políticos, o Plano Real conseguiu reduzir a inflação, que em julho de 1994, quando a nova moeda foi lançada, havia chegado a 46,58% ao mês.


   O Cruzeiro Real (CR$) foi o padrão monetário no Brasil entre 1º de agosto de 1993 a 30 de junho de 1994. As altas taxas de inflação que marcaram o ano de 1993 levaram o governo Itamar Franco a editar a medida provisória que criou o cruzeiro real, equivalente a mil cruzeiros. Não foram emitidas moedas com valores em centavos nesta moeda, sendo que se consideravam como centavos as cédulas e moedas do padrão anterior na razão de 10 "cruzeiros" por centavo. A grande novidade na linguagem visual das cédulas do CRUZEIRO REAL, período de 1993/94, foi na utilização dos tipos humanos regionais, caracterizadas por seus elementos específicos (aspectos urbanos, atividades e instrumentos de uso). Respeitando estes parâmetros entraram em circulação as cédulas do "Gaúcho" e da "Baiana", valores de CR$5.000,00 e CR$50.000,00, respectivamente. O lançamento da nota de CR$10.000,00 estava planejada para acontecer em 1994. A temática escolhida para ser trabalhada e estampada foi a da mulher "Rendeira".

Anverso: efígie da Rendeira.

Reverso:  três gerações de mulheres trabalhando na confecção de rendas.


   Cruzeiro Real: Em julho de 1994, com a implementação do "Plano Real", tivemos abortado todo o projeto de lançamento da nota "Rendeira". Surgia então um novo padrão monetário o REAL. Descrição: O anverso mostra efígie da Rendeira, com os dizeres: "DEUS SEJA LOUVADO" e "RENDEIRA". Verticalmente aparece o símbolo e o nome da empresa responsável pela impressão "CASA DA MOEDA DO BRASIL".Chancelas: Fernando H. Cardoso e Pedro S. Malan. O reverso mostra afigura de três gerações de mulheres trabalhando na confecção de rendas, com a descrição "RENDEIRAS DE BILRO". Aparecem os utensílios e instrumentos de trabalho, destacando o par de sandálias, recipiente com linha/ tesoura/ agulha, almofadas cilíndricas e os bilros.

   Como não houveram exemplares emitidos desta cédula, algumas reproduções são comercializadas por vendedores apenas como curiosidade, não havendo valor numismático algum.

Leia mais