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sábado, 1 de julho de 2017

Ano - 1993: Inflação e a cédula que nunca circulou (Rendeira).

   Há duas décadas, o Brasil enfrentava a fase mais aguda de um surto de hiperinflação. As remarcações de preços eram diárias, e estocar produtos era uma necessidade que levava famílias até a viajar a cidades vizinhas em busca de preços melhores. O índice oficial do governo, o IPCA, medido pelo IBGE, chegou a 2.477% em 1993, enquanto o INPC, utilizado para reajustar os salários, alcançou 2.489%.

Índice de inflação.
   
O então presidente Itamar Franco herdou de Fernando Collor - de quem era vice até este ser derrubado por denúncias de corrupção - um país com perspectivas bastante remotas de sucesso na difícil tarefa de controlar a economia desgovernada.
A inflação corroía a renda "per capita" da população, que entrava em seu terceiro ano de queda. Havia se tornado parte da vida dos brasileiros. Só quem conseguia escapar de seus efeitos eram os grandes investidores, cujas aplicações incluíam, geralmente, correção monetária diária.
Acuado, o governo preferiu evitar novos choques, como os que foram aplicados durante a gestão de Collor. Preferiu a transição mais gradual, com a criação da Unidade Real de Valor (URV), por meio da Medida Provisória 434, em 27 de fevereiro de 1994, que estabeleceu regras de conversão e uso de valores monetários, iniciou a desindexação da economia e determinou o lançamento de uma nova moeda, o real.
O programa foi a mais ampla medida econômica realizada no país com o objetivo de controlar a hiperinflação. Com a utilização de vários instrumentos econômicos e políticos, o Plano Real conseguiu reduzir a inflação, que em julho de 1994, quando a nova moeda foi lançada, havia chegado a 46,58% ao mês.


   O Cruzeiro Real (CR$) foi o padrão monetário no Brasil entre 1º de agosto de 1993 a 30 de junho de 1994. As altas taxas de inflação que marcaram o ano de 1993 levaram o governo Itamar Franco a editar a medida provisória que criou o cruzeiro real, equivalente a mil cruzeiros. Não foram emitidas moedas com valores em centavos nesta moeda, sendo que se consideravam como centavos as cédulas e moedas do padrão anterior na razão de 10 "cruzeiros" por centavo. A grande novidade na linguagem visual das cédulas do CRUZEIRO REAL, período de 1993/94, foi na utilização dos tipos humanos regionais, caracterizadas por seus elementos específicos (aspectos urbanos, atividades e instrumentos de uso). Respeitando estes parâmetros entraram em circulação as cédulas do "Gaúcho" e da "Baiana", valores de CR$5.000,00 e CR$50.000,00, respectivamente. O lançamento da nota de CR$10.000,00 estava planejada para acontecer em 1994. A temática escolhida para ser trabalhada e estampada foi a da mulher "Rendeira".

Anverso: efígie da Rendeira.

Reverso:  três gerações de mulheres trabalhando na confecção de rendas.


   Cruzeiro Real: Em julho de 1994, com a implementação do "Plano Real", tivemos abortado todo o projeto de lançamento da nota "Rendeira". Surgia então um novo padrão monetário o REAL. Descrição: O anverso mostra efígie da Rendeira, com os dizeres: "DEUS SEJA LOUVADO" e "RENDEIRA". Verticalmente aparece o símbolo e o nome da empresa responsável pela impressão "CASA DA MOEDA DO BRASIL".Chancelas: Fernando H. Cardoso e Pedro S. Malan. O reverso mostra afigura de três gerações de mulheres trabalhando na confecção de rendas, com a descrição "RENDEIRAS DE BILRO". Aparecem os utensílios e instrumentos de trabalho, destacando o par de sandálias, recipiente com linha/ tesoura/ agulha, almofadas cilíndricas e os bilros.

   Como não houveram exemplares emitidos desta cédula, algumas reproduções são comercializadas por vendedores apenas como curiosidade, não havendo valor numismático algum.

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